Ontem eu fui ao cinema assistir o último filme da série Jogos Vorazes. Aqui no blog há uma postagem exclusiva para a trilogia de livros aqui. Particularmente sou apaixonada pela série de livros, mas confesso que a conheci inicialmente pelos filmes.
A série cinematográfica é distribuída pela Lionsgate e consiste em quatro filmes. O primeiro foi dirigido por Gary Ross e todos os outros por Francis Lawrence. Como tudo que é adaptado de livro e é bom, a autora - Suzanne Collins - colaborou com os roteiros dos filmes.
Deixo aqui todo o meu apreço por essa série de filmes que conseguiu retratar todo o desespero, a emoção, a tristeza e a confusão contidos nos livros. A adaptação é muito fiel e com certeza vai agradar aos fãs, inclusive aos mais radicais.
Seria excelente que toda adaptação cinematográfica de obras literárias fosse assim: respeitosa. Talvez aqueles que não leram os livros achem a narrativa um pouco corrida e fiquem um pouco confusos, porque alguns detalhes ficam subentendidos. Mas acredito que uma adaptação de obra literária existe essencialmente para agradar aos fãs.
É óbvio que os livros são muito superiores por oferecerem uma riqueza maior de detalhes e um conhecimento mais profundo dos personagens, mas a versão cinematográfica não faz feio em momento algum. Só farei uma consideração sobre a cena final: embora seja fiel ao epílogo do livro, achei que ficou um tanto "brega", mas de forma alguma estraga o contexto da obra.
Enfim, para os fãs do livro: vale muito a pena ver o filme. Para aqueles que não leram: talvez sintam falta de mais informações, mas como eu disse, uma adaptação cinematográfica de obra literária existe essencialmente para agradar aos fãs da obra (que não são poucos).
E por hoje é só, pessoal!
domingo, 22 de novembro de 2015
segunda-feira, 29 de junho de 2015
O morro dos Ventos Uivantes - Emily Brontë
O livro de hoje é um clássico da literatura inglesa.
Único livro escrito por Emily Brontë, lançado em 1847, O Morro dos ventos uivantes, em português (Wuthering Heights, no original), é um livro denso, envolto em mistérios e um exemplar incrível do Romantismo inglês do século XIX.
Na minha opinião, esse livro é sensacional. A leitura flui de maneira uniforme, as descrições são detalhadas, mas não enfadonhas, e a forma como Brontë faz com que o leitor mergulhe na loucura dos personagens é genial.
Trata-se da história da degradação de uma família narrada pela governanta Nelly. Tudo começa quando o patriarca Earnshaw traz um órfão, Heathcliff, com características ciganas para dentro da sua casa. A partir desse fato, a trama gira em torno do romance entre Heathcliff e Catherine Earnshaw e do propósito de vingança que Heathcliff tem para Hindley Earnshaw e Edgar Linton (respectivos irmão e marido de Catherine).
Um ponto que eu acho muito interessante nesse livro é que nenhum personagem presta. Ou são loucos, ou são viciados ou são inertes (como é o caso de Edgar Linton). Dessa forma, a história transcorre de maneira que o leitor não consegue prever o que vai acontecer e também não consegue torcer por nenhum personagem em especial.
Há muitas interpretações para "O Morro dos Ventos Uivantes", interpretações freudianas, inclusive, mas acredito que é difícil decifrar o que Emily Brontë quis transmitir com a sua obra já que ela não escreveu outros livros que pudessem ser comparados e analisados.
É um livro que vale a pena ser lido, porque é esteticamente lindo, extremamente original (inclusive para os padrões de hoje), e a narrativa é incrível. Como eu costumo dizer, nenhum clássico é clássico à toa.
Antes de terminar, eu gostaria de expressar a minha revolta quanto a uma capa de "O Morro dos Ventos Uivantes" que vi certa vez:
Único livro escrito por Emily Brontë, lançado em 1847, O Morro dos ventos uivantes, em português (Wuthering Heights, no original), é um livro denso, envolto em mistérios e um exemplar incrível do Romantismo inglês do século XIX.
Na minha opinião, esse livro é sensacional. A leitura flui de maneira uniforme, as descrições são detalhadas, mas não enfadonhas, e a forma como Brontë faz com que o leitor mergulhe na loucura dos personagens é genial.
Trata-se da história da degradação de uma família narrada pela governanta Nelly. Tudo começa quando o patriarca Earnshaw traz um órfão, Heathcliff, com características ciganas para dentro da sua casa. A partir desse fato, a trama gira em torno do romance entre Heathcliff e Catherine Earnshaw e do propósito de vingança que Heathcliff tem para Hindley Earnshaw e Edgar Linton (respectivos irmão e marido de Catherine).
Um ponto que eu acho muito interessante nesse livro é que nenhum personagem presta. Ou são loucos, ou são viciados ou são inertes (como é o caso de Edgar Linton). Dessa forma, a história transcorre de maneira que o leitor não consegue prever o que vai acontecer e também não consegue torcer por nenhum personagem em especial.
Há muitas interpretações para "O Morro dos Ventos Uivantes", interpretações freudianas, inclusive, mas acredito que é difícil decifrar o que Emily Brontë quis transmitir com a sua obra já que ela não escreveu outros livros que pudessem ser comparados e analisados.
É um livro que vale a pena ser lido, porque é esteticamente lindo, extremamente original (inclusive para os padrões de hoje), e a narrativa é incrível. Como eu costumo dizer, nenhum clássico é clássico à toa.
Antes de terminar, eu gostaria de expressar a minha revolta quanto a uma capa de "O Morro dos Ventos Uivantes" que vi certa vez:
Em destaque vermelho é possível ler: "O livro preferido de Bella e Edward na série crepúsculo". Sério?? Sério que é necessário reduzir um clássico da literatura inglesa a apenas "o livro preferido de Bella e Edward"? O Morro dos Ventos Uivantes já tinha vida própria antes mesmo de Sthephanie Meyer nascer... sinceramente...
O Morro dos Ventos Uivantes é literatura de qualidade, eu já não posso dizer o mesmo dessa série mencionada anteriormente... então, por favor, não misturem as coisas!
E por hoje é só, pessoal!
segunda-feira, 22 de junho de 2015
A Metamorfose - Franz Kafka
"A metamorfose" é um daqueles livros que te deixa sem palavras... literalmente. Minha vontade era de ficar deitada, quieta, extasiada, apenas refletindo sobre esse livro de tão poucas páginas!
A edição que tenho é aquela da Editora Abril que já comentei antes. Aviso que a partir desse ponto serei um tanto "spoilerenta", não tem como não ser...
O livro retrata a história de Gregor Samsa, que acorda um dia, depois de um sono agitado, transformado numa enorme barata. É engraçado como Gregor não reflete e não se assusta sobre como ele se transformou num inseto; suas preocupações são apenas práticas - como se levantar da cama, como ir trabalhar...
A família de Gregor também não reflete sobre isso, apenas se preocupa em como será o sustento da casa - já que era Gregor, com seu trabalho de caixeiro-viajante, que fazia isso. Com o passar do tempo, todos arrumam emprego e também passam a alugar quartos do apartamento. Nesse momento eu me perguntei - Por que nunca fizeram isso antes? Por que o pai, que se dizia velho demais para trabalhar, num instante mudou de atitude e se transformou num senhor cheio de vigor e orgulhoso do seu emprego no banco? Era muito fácil deixar tudo nas costas do Gregor.
É uma leitura cruel, que te deixa sufocado de tantos sentimentos. A família passa a desprezar Gregor, a trancá-lo no quarto escuro... não se preocupam nem com a alimentação ( a irmã inicialmente limpava o quarto todos os dias e deixava alguma comida pra Gregor, mas logo se cansa disso e o deixa à mercê da poeira e da fome). O pior, é que Gregor entende tudo o que eles falam e passa a se sentir melancólico depois de tantas agressões verbais e físicas por causa de sua aparência. O pai simplesmente o deixa aleijado depois de jogar uma maçã enorme nas costas de Gregor e lá ela fica cravada até o fim.
Depois de tanto desprezo, tanta fome, tanta dor ( física e moral) Gregor acaba falecendo e as únicas palavras do pai são: "Graças a Deus!" Então, a família tira o dia de folga e sai para - na minha concepção- comemorar.
É incrível como um livro tão curtinho tem tanto a nos dizer. Acredito que trata principalmente de como as pessoas podem ser descartáveis quando não são mais úteis e de como é fácil se acomodar a situações confortáveis.
A metamorfose é um livro chocante, nojento e que vale a pena ser lido!
E por hoje é só, pessoal!
A edição que tenho é aquela da Editora Abril que já comentei antes. Aviso que a partir desse ponto serei um tanto "spoilerenta", não tem como não ser...
O livro retrata a história de Gregor Samsa, que acorda um dia, depois de um sono agitado, transformado numa enorme barata. É engraçado como Gregor não reflete e não se assusta sobre como ele se transformou num inseto; suas preocupações são apenas práticas - como se levantar da cama, como ir trabalhar...
A família de Gregor também não reflete sobre isso, apenas se preocupa em como será o sustento da casa - já que era Gregor, com seu trabalho de caixeiro-viajante, que fazia isso. Com o passar do tempo, todos arrumam emprego e também passam a alugar quartos do apartamento. Nesse momento eu me perguntei - Por que nunca fizeram isso antes? Por que o pai, que se dizia velho demais para trabalhar, num instante mudou de atitude e se transformou num senhor cheio de vigor e orgulhoso do seu emprego no banco? Era muito fácil deixar tudo nas costas do Gregor.
É uma leitura cruel, que te deixa sufocado de tantos sentimentos. A família passa a desprezar Gregor, a trancá-lo no quarto escuro... não se preocupam nem com a alimentação ( a irmã inicialmente limpava o quarto todos os dias e deixava alguma comida pra Gregor, mas logo se cansa disso e o deixa à mercê da poeira e da fome). O pior, é que Gregor entende tudo o que eles falam e passa a se sentir melancólico depois de tantas agressões verbais e físicas por causa de sua aparência. O pai simplesmente o deixa aleijado depois de jogar uma maçã enorme nas costas de Gregor e lá ela fica cravada até o fim.
Depois de tanto desprezo, tanta fome, tanta dor ( física e moral) Gregor acaba falecendo e as únicas palavras do pai são: "Graças a Deus!" Então, a família tira o dia de folga e sai para - na minha concepção- comemorar.
É incrível como um livro tão curtinho tem tanto a nos dizer. Acredito que trata principalmente de como as pessoas podem ser descartáveis quando não são mais úteis e de como é fácil se acomodar a situações confortáveis.
A metamorfose é um livro chocante, nojento e que vale a pena ser lido!
E por hoje é só, pessoal!
domingo, 21 de junho de 2015
O hobbit - J.R.R. Tolkien
E cá estamos nós com mais uma postagem! Inicialmente, peço desculpas pelos dias em que fiquei sem postar, tive sérios problemas com a conexão da internet.
Hoje eu trago "O Hobbit", livro escrito por Tolkien para crianças, publicado em 1937, e recentemente transformado em filme.
Eu confesso que adoro os filmes "O Senhor dos Anéis", mas há muito tempo que tentei ler a obra impressa e não consegui. Então resolvi começar do começo e fui ler "O Silmarillion" para conhecer a gênese do universo de Tolkien... e não passei das 20 primeiras páginas. Foi nesse momento que pensei que deveria começar por "O Hobbit".
Bem... o que dizer de "O Hobbit" (sem ser xingada pelos nerds xiitas)? É um livro bonzinho. Entretém um pouquinho, "interessantezinho", facilzinho... desta forma: bem "morninho" mesmo. Mas é importante não analisar apenas a história. Nesse livro a narrativa deve ser vista como algo secundário, a mensagem passada é que deve ser valorizada.
Pessoalmente, o estilo literário de Tolkien não me apraz. Descrições extensamente floreadas e narrativa amarrada não estão entre os pontos que valorizo num livro. Mas é importante salientar que a grande sacada de Tolkien é a forma com que ele usou a literatura para a construção de valores.
Trata-se da história de Bilbo Bolseiro, um hobbit que é praticamente obrigado a partir em uma expedição, juntamente com 13 anões, a fim de roubar o tesouro que o dragão Smaug havia roubado anteriormente... ladrão que rouba ladrão tem cem anos de perdão!
É certo que durante a aventura Bilbo vai amadurecendo e descobrindo sua própria identidade. Ao passar por desafios e ver-se diante de situações inusitadas, o personagem descobre o valor da amizade, da fidelidade, da honra. A mensagem que o livro passa é sobre amadurecimento e sobre a importância de fazer o certo mesmo que a situação não favoreça.
É um livro escrito para crianças, mas acredito que se mais adultos se propusessem a lê-lo o mundo seria um lugar melhor.
E por hoje é só, pessoal!
Hoje eu trago "O Hobbit", livro escrito por Tolkien para crianças, publicado em 1937, e recentemente transformado em filme.
Bem... o que dizer de "O Hobbit" (sem ser xingada pelos nerds xiitas)? É um livro bonzinho. Entretém um pouquinho, "interessantezinho", facilzinho... desta forma: bem "morninho" mesmo. Mas é importante não analisar apenas a história. Nesse livro a narrativa deve ser vista como algo secundário, a mensagem passada é que deve ser valorizada.
Pessoalmente, o estilo literário de Tolkien não me apraz. Descrições extensamente floreadas e narrativa amarrada não estão entre os pontos que valorizo num livro. Mas é importante salientar que a grande sacada de Tolkien é a forma com que ele usou a literatura para a construção de valores.
Trata-se da história de Bilbo Bolseiro, um hobbit que é praticamente obrigado a partir em uma expedição, juntamente com 13 anões, a fim de roubar o tesouro que o dragão Smaug havia roubado anteriormente... ladrão que rouba ladrão tem cem anos de perdão!
É um livro escrito para crianças, mas acredito que se mais adultos se propusessem a lê-lo o mundo seria um lugar melhor.
E por hoje é só, pessoal!
quinta-feira, 4 de junho de 2015
Band of Brothers - Tom Hanks e Steven Spielberg
Eu não vou conseguir falar dessa série sem rasgar muita, muita, muita seda. Então que os desavisados se preparem, vêm muitos adjetivos por aí!
Eu sempre gostei de história, desde que me entendo como gente - influência pesada do meu pai. E história contemporânea é a minha parte preferida. Eu devia ter uns 12 ou 13 anos quando meu pai me apresentou a essa série... desde então eu a tenho adorado fervorosamente! Eis que agora tenho em minhas posses, nada mais, nada menos que my precious!!
Trata-se de uma série com 10 episódios lançada pela HBO, com produção executiva de Steven Spielberg e Tom Hanks. Foi lançada em 2001 e venceu o Globo de Ouro como melhor minissérie, além de 6 Emmy.
Band of Brothers (ou Irmãos de Guerra, no Brasil) é baseada em fatos reais e conta a história da Companhia Easy, o 506º regimento da 101ª divisão de paraquedistas do exército norte-americano durante a Segunda Guerra Mundial. O enredo parte do treinamento da companhia, passa pelo dia D, pela Operação Market Garden, pela Batalha do Bulge até a entrada no Ninho da Águia (quartel general de Hitler), em Berchtesgaden.
Todos os episódios são muito emocionantes, conseguem retratar a força de vontade, a lealdade, o sofrimento e a desesperança desses soldados - que nos são apresentados de forma tão íntima que se tornam nossos irmãos. A cada baixa o espectador sofre com a companhia e consegue ver da maneira mais cruel o quanto uma guerra pode ser violenta e desumana, mas também o quanto cada indivíduo pode ser forte e determinado, mesmo nas condições mais adversas.
Eu sempre gostei de história, desde que me entendo como gente - influência pesada do meu pai. E história contemporânea é a minha parte preferida. Eu devia ter uns 12 ou 13 anos quando meu pai me apresentou a essa série... desde então eu a tenho adorado fervorosamente! Eis que agora tenho em minhas posses, nada mais, nada menos que my precious!!
Band of Brothers (ou Irmãos de Guerra, no Brasil) é baseada em fatos reais e conta a história da Companhia Easy, o 506º regimento da 101ª divisão de paraquedistas do exército norte-americano durante a Segunda Guerra Mundial. O enredo parte do treinamento da companhia, passa pelo dia D, pela Operação Market Garden, pela Batalha do Bulge até a entrada no Ninho da Águia (quartel general de Hitler), em Berchtesgaden.
Todos os episódios são muito emocionantes, conseguem retratar a força de vontade, a lealdade, o sofrimento e a desesperança desses soldados - que nos são apresentados de forma tão íntima que se tornam nossos irmãos. A cada baixa o espectador sofre com a companhia e consegue ver da maneira mais cruel o quanto uma guerra pode ser violenta e desumana, mas também o quanto cada indivíduo pode ser forte e determinado, mesmo nas condições mais adversas.
terça-feira, 2 de junho de 2015
O mundo de Sofia - Jostein Gaarder
Eu lembro que estava na quinta série do ensino fundamental quando a minha professora de Filosofia fazia menção a esse livro, mas eu só fui realmente me interessar por filosofia bem mais velha. Depois disso eu fiquei atrás desse livro por algum tempo até ganhá-lo de presente de aniversário de 16 anos de uma tia muito querida.
O mundo de Sofia é daquelas obras em que o enredo é o menos importante. Chega a ser enfadonho, pelo menos para mim. A história gira em torno de Sofia Amundsen, uma garota prestes a fazer 15 anos que começa a receber bilhetes anônimos com questões filosóficas, tais como "quem é você", "de onde vem o mundo que conhecemos"...
Enquanto Sofia reflete sobre essas questões, o leitor é apresentado ao fantástico mundo da filosofia. O livro é um ótimo resumo da história da filosofia, e apresenta-nos dos pré-socráticos à Freud. Para quem se interessa por temas como esses
é uma obra excepcional.
Voltando ao enredo, Sofia demora tanto para encontrar pistas sobre a identidade do seu correspondente, demora tanto para encontrar seu "professor de filosofia"... a trama vai acontecendo de maneira tão lenta que o leitor vai perdendo o interesse, ao menos eu sou assim. Ou seja, quem não se interessa por filosofia não vai chegar até o fim do livro apenas motivado pelo enredo.
O desfecho final tem uma ótima premissa, ao menos eu nunca li outro livro que tivesse um final parecido, mas o desenrolar lento do enredo produz um leitor tão desinteressado que quando esse desfecho chega, o leitor já não se importa mais.
Em resumo, para quem se interessa por filosofia: é um livro excelente. Muito didático e abrangente.
Para quem não se interessa: nem tente.
E por hoje é só, pessoal!
O mundo de Sofia é daquelas obras em que o enredo é o menos importante. Chega a ser enfadonho, pelo menos para mim. A história gira em torno de Sofia Amundsen, uma garota prestes a fazer 15 anos que começa a receber bilhetes anônimos com questões filosóficas, tais como "quem é você", "de onde vem o mundo que conhecemos"...
Enquanto Sofia reflete sobre essas questões, o leitor é apresentado ao fantástico mundo da filosofia. O livro é um ótimo resumo da história da filosofia, e apresenta-nos dos pré-socráticos à Freud. Para quem se interessa por temas como esses
é uma obra excepcional.
Voltando ao enredo, Sofia demora tanto para encontrar pistas sobre a identidade do seu correspondente, demora tanto para encontrar seu "professor de filosofia"... a trama vai acontecendo de maneira tão lenta que o leitor vai perdendo o interesse, ao menos eu sou assim. Ou seja, quem não se interessa por filosofia não vai chegar até o fim do livro apenas motivado pelo enredo.
O desfecho final tem uma ótima premissa, ao menos eu nunca li outro livro que tivesse um final parecido, mas o desenrolar lento do enredo produz um leitor tão desinteressado que quando esse desfecho chega, o leitor já não se importa mais.
Em resumo, para quem se interessa por filosofia: é um livro excelente. Muito didático e abrangente.
Para quem não se interessa: nem tente.
E por hoje é só, pessoal!
sábado, 30 de maio de 2015
Os sofrimentos do jovem Werther - Goethe
Eu descobri que esse livro existia durante as aulas de literatura, mas confesso que nunca dei muita atenção. Eis que naquela coleção da Abril, a qual comentei anteriormente, havia um exemplar e eu resolvi conhecer um pouco mais.
Johann Wolfgang Goethe nasceu no século XVIII em Frankfurt (Alemanha) e escreveu seu primeiro romance - Os sofrimentos do jovem Werther - aos 25 anos. Após a publicação dessa obra, os números de suicídios entre jovens aumentaram drasticamente.
Trata-se de um livro pequeno, 160 páginas, e escrito em forma epistolar e muito fácil de ler. A leitura flui facilmente e sem entraves.
Werther é um jovem inteligente, afetivo, com grande interesse por literatura e por tudo que o cerca. A natureza é algo que fascina o personagem, mas é possível ver traços de melancolia quando ele descreve as paisagens do local onde está hospedado. Werther é um jovem inclinadamente depressivo devido à tamanha sensibilidade do seu coração. É um personagem muito simpático e capaz de conquistar o leitor facilmente.
Eis que nosso jovem se apaixona por Charlotte, que está noiva de outro rapaz - Albert. Werther tenta de inúmeras maneiras esquecer esse amor, mas todas as tentativas são falhas. Logo a falta de perspectiva, e a personalidade melancólica do personagem principal o leva a cometer suicídio.
A forma com que Goethe faz transparecer os sentimentos do personagem é incrível. O leitor sente a dor, o desespero e, com perdão do trocadilho infame, os sofrimentos do jovem Werther. A forma com que o autor faz o personagem sofrer e todas as outras obras publicadas por ele me levam a crer que Goethe não tinha bons sentimentos.
O suicídio de Werther incentivou muitos jovens, por motivos amorosos ou não, a se suicidarem. A Europa do século XVIII permeada pelo "mal do século" foi o cenário mais favorável a esse incentivo.
Não culpo o livro de maneira alguma.
Mas que dá vontade de morrer com o Werther, isso dá.
Por hoje é só, pessoal!
Johann Wolfgang Goethe nasceu no século XVIII em Frankfurt (Alemanha) e escreveu seu primeiro romance - Os sofrimentos do jovem Werther - aos 25 anos. Após a publicação dessa obra, os números de suicídios entre jovens aumentaram drasticamente.
Trata-se de um livro pequeno, 160 páginas, e escrito em forma epistolar e muito fácil de ler. A leitura flui facilmente e sem entraves.
Werther é um jovem inteligente, afetivo, com grande interesse por literatura e por tudo que o cerca. A natureza é algo que fascina o personagem, mas é possível ver traços de melancolia quando ele descreve as paisagens do local onde está hospedado. Werther é um jovem inclinadamente depressivo devido à tamanha sensibilidade do seu coração. É um personagem muito simpático e capaz de conquistar o leitor facilmente.
Eis que nosso jovem se apaixona por Charlotte, que está noiva de outro rapaz - Albert. Werther tenta de inúmeras maneiras esquecer esse amor, mas todas as tentativas são falhas. Logo a falta de perspectiva, e a personalidade melancólica do personagem principal o leva a cometer suicídio.
A forma com que Goethe faz transparecer os sentimentos do personagem é incrível. O leitor sente a dor, o desespero e, com perdão do trocadilho infame, os sofrimentos do jovem Werther. A forma com que o autor faz o personagem sofrer e todas as outras obras publicadas por ele me levam a crer que Goethe não tinha bons sentimentos.
O suicídio de Werther incentivou muitos jovens, por motivos amorosos ou não, a se suicidarem. A Europa do século XVIII permeada pelo "mal do século" foi o cenário mais favorável a esse incentivo.
Não culpo o livro de maneira alguma.
Mas que dá vontade de morrer com o Werther, isso dá.
Por hoje é só, pessoal!
segunda-feira, 25 de maio de 2015
Rurouni Kenshin - Samurai X
Rurouni Kenshin é um mangá que foi posteriormente transformado em anime. Foi escrito por Nobuhiro Watsuki e começou a ser publicado no Brasil em 2001 em 56 volumes. Em 2012, a JBC relançou a saga de Kenshin em 28 volumes.
Ressalto que não assisti ao anime, então a opinião a seguir baseia-se exclusivamente sobre a obra impressa.
Os mangás que eu possuo são da segunda edição. O último volume a sair nas bancas foi o de número 26. É possível adquiri-los em praticamente qualquer banca de revista, os meus eu tenho comprado na Escariz ou na Banca Jardins, ambos localizados no Shopping Jardins e custam em média R$14,00 por volume.
Rurouni Kenshin conta a história de Kenshin Himura, um samurai monarquista que lutou no Bakumatsu (a guerra japonesa entre monarquistas e shogunato) e ganhou a alcunha de "Hitokiri Batousai" (assassino retalhador) devido à forma violenta com que lutava. Após um triste episódio, Kenshin Himura jura nunca mais matar e viver sua vida de forma a expiar todos os crimes que cometeu.
A história de Kenshin é ambientada durante os primeiros anos da Era Meiji e consegue refletir as tensões sociais existentes na época. O poder centralizado causou o declínio da classe samurai e de muitas famílias nobres ligadas a antigos senhores feudais, o que levou a muitas revoltas e descontentamentos sociais.
Em sua obra, Watsuki utiliza-se de fatos históricos comprovados, muitas vezes citados em notas de rodapé, para dar verossimilhança ao mangá. Além de ser um excelente entretenimento, as aulas de história japonesa estão garantidas!
Todos os personagens são muito bem construídos, alguns são muito mais populares que o próprio Kenshin - como é o caso de Hajime Saitou e Seijouurou Hiko.
Outro ponto forte da obra são as lições de moral e as reflexões que Kenshin nos leva a fazer. Questões como: a vida e a morte, a luta por uma causa, a honra, a coragem, o dever, o sofrimento humano, a esperança, mas principalmente, a construção - no presente - de um tempo melhor no futuro são constantes em Kenshin, mas são tratadas de forma leve dentro do mangá e em nenhum momento tornam a história pesada e enfadonha.
Samurai X é uma obra que vale a pena ser lida, por todos os motivos definidos acima, mas também porque é simplesmente muito divertida!
E por hoje é só, pessoal!
Ressalto que não assisti ao anime, então a opinião a seguir baseia-se exclusivamente sobre a obra impressa.
Os mangás que eu possuo são da segunda edição. O último volume a sair nas bancas foi o de número 26. É possível adquiri-los em praticamente qualquer banca de revista, os meus eu tenho comprado na Escariz ou na Banca Jardins, ambos localizados no Shopping Jardins e custam em média R$14,00 por volume.
A história de Kenshin é ambientada durante os primeiros anos da Era Meiji e consegue refletir as tensões sociais existentes na época. O poder centralizado causou o declínio da classe samurai e de muitas famílias nobres ligadas a antigos senhores feudais, o que levou a muitas revoltas e descontentamentos sociais.
Em sua obra, Watsuki utiliza-se de fatos históricos comprovados, muitas vezes citados em notas de rodapé, para dar verossimilhança ao mangá. Além de ser um excelente entretenimento, as aulas de história japonesa estão garantidas!
Todos os personagens são muito bem construídos, alguns são muito mais populares que o próprio Kenshin - como é o caso de Hajime Saitou e Seijouurou Hiko.
Outro ponto forte da obra são as lições de moral e as reflexões que Kenshin nos leva a fazer. Questões como: a vida e a morte, a luta por uma causa, a honra, a coragem, o dever, o sofrimento humano, a esperança, mas principalmente, a construção - no presente - de um tempo melhor no futuro são constantes em Kenshin, mas são tratadas de forma leve dentro do mangá e em nenhum momento tornam a história pesada e enfadonha.
Samurai X é uma obra que vale a pena ser lida, por todos os motivos definidos acima, mas também porque é simplesmente muito divertida!
E por hoje é só, pessoal!
quinta-feira, 21 de maio de 2015
Sobre Jogos Vorazes - Suzanne Collins
Antes de ler, eu assisti aos dois primeiros filmes da saga e gostei muito. Então, consegui arrumar um intervalo entre os estudos para tentar ler os livros - que serão sempre melhores que qualquer adaptação cinematográfica. Que surpresa eu tive! Quanta coisa a gente consegue extrair desses livros! Quanto entretenimento!
Prometo que tentarei comentar sobre a saga sem dar spoilers do enredo.
A série é dividida em três livros, que em português-br ficaram assim nomeados: "Jogos Vorazes", "Em Chamas" e "A Esperança". Eu comprei os três livros num box e me custou por volta de R$50,00 no submarino durante a Black Friday. A editora é a Rocco.
A leitura de todos os três livros flui perfeitamente, é fácil, leve e divertida. Em cinco dias eu consegui ler a série inteira.
A trama gira em torno de uma garota, Katniss, de um distrito pobre que vive no bairro mais pobre desse distrito (imagine se não é pobreza). Desde pequena que Katniss luta para sobreviver, quando eu digo sobreviver, eu quero dizer não morrer de fome. Sendo assim, ela faz o que está ao seu alcance para sustentar a mãe e a irmã, mesmo que seja caçar ilegalmente na floresta.
O país em que Katniss vive se chama Panem - que vem de "panem et circenses" - pão e circo. É dividido em 12 distritos, cada um com sua peculiaridade, e uma capital. Resumidamente, a população da capital vive luxuosamente e os distritos que sustentam esse luxo. Alguns distritos são mais ricos que outros, e o distrito 12 é o pior de todos.
No passado, os distritos se revoltaram e deflagraram uma rebelião contra a capital. Eis que a revolta é abafada e a mão pesada da capital subordina-os cada vez mais a sua vontade.
Inicialmente, eu acreditava que a série tinha uma mensagem marxista por toda essa questão da exploração dos pequenos para sustentar o luxo de poucos, mas eu estava errada. Surge o outro lado da moeda (que não direi qual é) e mostra que o socialismo também é ruim. Enfim, a mensagem que é passada é que nem o capitalismo imperialista e nem o socialismo, e sim, o respeito pelos direitos do indivíduo.
Trata-se de uma série sobre uma guerra. Sobre como pessoas insignificantes podem ter participação efetiva e tornarem-se ícones, mesmo sem essa intenção. É sobre como uma guerra pode ser manipulada e como pode modificar pessoas, lugares e relações. E acima de tudo, sobre como as coisas nunca serão como antes. É a jornada do herói, só que dessa vez o herói não volta inteiro.
Eu acredito que muitas pessoas não gostarão do final do livro, mas eu achei extraordinário. É o final mais feliz possível depois de uma guerra dessa magnitude. Não esperem um final feliz com musiquinha ao fundo. Jogos Vorazes é uma série para adultos.
E por hoje é só, pessoal!
Prometo que tentarei comentar sobre a saga sem dar spoilers do enredo.
A série é dividida em três livros, que em português-br ficaram assim nomeados: "Jogos Vorazes", "Em Chamas" e "A Esperança". Eu comprei os três livros num box e me custou por volta de R$50,00 no submarino durante a Black Friday. A editora é a Rocco.
A leitura de todos os três livros flui perfeitamente, é fácil, leve e divertida. Em cinco dias eu consegui ler a série inteira.
A trama gira em torno de uma garota, Katniss, de um distrito pobre que vive no bairro mais pobre desse distrito (imagine se não é pobreza). Desde pequena que Katniss luta para sobreviver, quando eu digo sobreviver, eu quero dizer não morrer de fome. Sendo assim, ela faz o que está ao seu alcance para sustentar a mãe e a irmã, mesmo que seja caçar ilegalmente na floresta.
O país em que Katniss vive se chama Panem - que vem de "panem et circenses" - pão e circo. É dividido em 12 distritos, cada um com sua peculiaridade, e uma capital. Resumidamente, a população da capital vive luxuosamente e os distritos que sustentam esse luxo. Alguns distritos são mais ricos que outros, e o distrito 12 é o pior de todos.
No passado, os distritos se revoltaram e deflagraram uma rebelião contra a capital. Eis que a revolta é abafada e a mão pesada da capital subordina-os cada vez mais a sua vontade.
Inicialmente, eu acreditava que a série tinha uma mensagem marxista por toda essa questão da exploração dos pequenos para sustentar o luxo de poucos, mas eu estava errada. Surge o outro lado da moeda (que não direi qual é) e mostra que o socialismo também é ruim. Enfim, a mensagem que é passada é que nem o capitalismo imperialista e nem o socialismo, e sim, o respeito pelos direitos do indivíduo.
Trata-se de uma série sobre uma guerra. Sobre como pessoas insignificantes podem ter participação efetiva e tornarem-se ícones, mesmo sem essa intenção. É sobre como uma guerra pode ser manipulada e como pode modificar pessoas, lugares e relações. E acima de tudo, sobre como as coisas nunca serão como antes. É a jornada do herói, só que dessa vez o herói não volta inteiro.
Eu acredito que muitas pessoas não gostarão do final do livro, mas eu achei extraordinário. É o final mais feliz possível depois de uma guerra dessa magnitude. Não esperem um final feliz com musiquinha ao fundo. Jogos Vorazes é uma série para adultos.
E por hoje é só, pessoal!
terça-feira, 19 de maio de 2015
O Jogador - Dostoievski
Particularmente, eu adoro os escritores russos. O problema é que eles escrevem para adultos.
Eu me interessei desde novinha (16 anos) por Fiódor Dostoievski. Comecei tentando ler "Crime e Castigo", mas não consegui terminar. Posteriormente li "O idiota" e levei quase um ano inteiro tentando entender o livro, e, receio nunca ter entendido o suficiente.
A minha primeira dica sobre Dostoievski é: comece com "O jogador". A segunda: prepare seu espírito.
As obras de Dostoievski são lotadas de tensão, profundamente densas, psicológicas e difíceis de compreender. É importante preparar o espírito para ler diversas vezes a mesma página e mastigar as entrelinhas.
"O jogador" é um livro denso, com uma premissa simples e bastante corrido. É importante salientar que trata-se de uma obra autobiográfica escrita em 25 dias para cumprir um contrato - Dostoievski odiava escrever dessa maneira, mas a maioria das obras dele foram geradas nesse contexto e mesmo assim conseguiu escrever coisas incríveis. Eis a essência de um gênio: transcender as adversidades.
A versão que possuo é da editora Bertrand Brasil, traduzida por Moacir Werneck de Castro. Não posso dizer quanto custou porque esse eu ganhei de presente.
Trata-se de um livro curto, 185 páginas e com uma premissa muito simples. Um jovem russo, Aleksei Ivanovitch, íntegro e sem objetivos de vida que trabalha para um general falido. Aleksei vicia-se em jogos de cassino e destrói sua vida e o restante das perspectivas que ainda tinha.
As relações sociais e a forma com que o dinheiro exerce poder sobre essas é muito bem definida por Dostoievski. O conflito interior que Aleksei sofre para tentar se livrar do vício e voltar a ser um homem, as escolhas mal feitas... é tudo muito bem detalhado e profundo. O leitor sente a confusão do personagem e é absorvido por aquela realidade de tal forma que é difícil se livrar do livro e exercer as atividades cotidianas.
Ao final da história, Aleksei recebe a visita de um amigo, Mr. Astley, que lhe dá uma pequena quantia em dinheiro. Mr. Astley ressalta que daria muito mais se soubesse que Aleksei seria capaz de deixar aquela vida, voltar para a Rússia e se reerguer, mas Aleksei é um homem perdido.
A partir do momento em que o amigo vai embora, surge o conflito interior do personagem principal: o que fazer com o dinheiro? Deveria ir para a Suíça e se encontrar com a amada, refazer a vida? ou será que dá tempo para ir para a roleta? Afinal, ele pode ir para a Suíça amanhã...
E por hoje é só, pessoal!
sexta-feira, 15 de maio de 2015
O retrato de Dorian Gray - Oscar Wilde
Para finalizar a semana sobre Oscar Wilde, eis que trago a obra-prima do autor: "O retrato de Dorian Gray".
Na minha opinião, o livro é uma obra de arte. Está entre os livros mais incríveis que já li, daqueles que, mesmo quando terminam, o leitor não consegue libertar sua mente totalmente, leva-se um tempo para digerir a história e conseguir se desvencilhar completamente do enredo.
A versão que eu tenho é da coleção Clássicos da editora Abril. A capa é dura e em tecido e as páginas são incrivelmente amareladas e finas. A espessura fina das páginas torna o livro bem leve e fácil de carregar na bolsa. E acreditem, paguei uma pechincha por ele! Cerca de R$15,00 na Banca Jardins (que fica no shopping Jardins) aqui em Aracaju.
Já no prefácio, Oscar Wilde mostra a sua vontade de criticar o século XIX e a forma como a arte era concebida, Essa parte do livro é permeada de frases incríveis e reflexivas, tais como:
* "Nenhum artista deseja provar coisa alguma. Até mesmo as coisas verdadeiras podem ser provadas"
* "A vida moral do homem faz parte do tema do artista, mas a moralidade da arte consiste no uso perfeito de um meio imperfeito"
e finaliza com a incrível: "TODA ARTE É DEMASIADO INÚTIL."
Deixando o prefácio, a história de Dorian Gray é densa e permeada de críticas à sociedade vitoriana, principalmente ao que concerne à hipocrisia moral tão vigente na época. O que Oscar Wilde mostra é que o Dorian Gray faz é o que qualquer um faria se pudesse. Surge então o questionamento: de que forma você levaria sua vida sabendo que nunca iria envelhecer e que nunca ninguém questionaria sua conduta moral?
Dorian Gray estava "aproveitando" a vida. Entretanto, não possuía respeito algum pelo próximo. O sadismo, sarcasmo, egoísmo e egocentrismo são extremamente tangíveis em sua personalidade.
Mas Dorian Gray não foi sempre assim. Ele era um garoto lindo e inocente do interior, e ao perceber o poder de sua beleza e se deixar influenciar pelo lorde Henry acaba se corrompendo e se torna capaz de atitudes frívolas, inconstantes e desrespeitosas.
A questão da influência de lorde Henry é interessante porque enquanto Henry exercia influência negativa sobre Dorian, Basil tentava exercer influência positiva, porém a influência negativa sempre foi mais forte.
Basil é claramente o melhor personagem do livro. E ele é claramente homossexual e apaixonado pelo personagem principal - o que é mais uma crítica à sociedade vitoriana.
Depois de muitas más ações, muitos pecados e muitas "manchas" em sua alma, acontece com Dorian Gray a única coisa que poderia acontecer (eu não vou contar. Você vai ter que ler o livro XP).
E por hoje é só, pessoal!
Na minha opinião, o livro é uma obra de arte. Está entre os livros mais incríveis que já li, daqueles que, mesmo quando terminam, o leitor não consegue libertar sua mente totalmente, leva-se um tempo para digerir a história e conseguir se desvencilhar completamente do enredo.
A versão que eu tenho é da coleção Clássicos da editora Abril. A capa é dura e em tecido e as páginas são incrivelmente amareladas e finas. A espessura fina das páginas torna o livro bem leve e fácil de carregar na bolsa. E acreditem, paguei uma pechincha por ele! Cerca de R$15,00 na Banca Jardins (que fica no shopping Jardins) aqui em Aracaju.
Já no prefácio, Oscar Wilde mostra a sua vontade de criticar o século XIX e a forma como a arte era concebida, Essa parte do livro é permeada de frases incríveis e reflexivas, tais como:
* "Nenhum artista deseja provar coisa alguma. Até mesmo as coisas verdadeiras podem ser provadas"
* "A vida moral do homem faz parte do tema do artista, mas a moralidade da arte consiste no uso perfeito de um meio imperfeito"
e finaliza com a incrível: "TODA ARTE É DEMASIADO INÚTIL."
Deixando o prefácio, a história de Dorian Gray é densa e permeada de críticas à sociedade vitoriana, principalmente ao que concerne à hipocrisia moral tão vigente na época. O que Oscar Wilde mostra é que o Dorian Gray faz é o que qualquer um faria se pudesse. Surge então o questionamento: de que forma você levaria sua vida sabendo que nunca iria envelhecer e que nunca ninguém questionaria sua conduta moral?
Dorian Gray estava "aproveitando" a vida. Entretanto, não possuía respeito algum pelo próximo. O sadismo, sarcasmo, egoísmo e egocentrismo são extremamente tangíveis em sua personalidade.
Mas Dorian Gray não foi sempre assim. Ele era um garoto lindo e inocente do interior, e ao perceber o poder de sua beleza e se deixar influenciar pelo lorde Henry acaba se corrompendo e se torna capaz de atitudes frívolas, inconstantes e desrespeitosas.
A questão da influência de lorde Henry é interessante porque enquanto Henry exercia influência negativa sobre Dorian, Basil tentava exercer influência positiva, porém a influência negativa sempre foi mais forte.
Basil é claramente o melhor personagem do livro. E ele é claramente homossexual e apaixonado pelo personagem principal - o que é mais uma crítica à sociedade vitoriana.
Depois de muitas más ações, muitos pecados e muitas "manchas" em sua alma, acontece com Dorian Gray a única coisa que poderia acontecer (eu não vou contar. Você vai ter que ler o livro XP).
E por hoje é só, pessoal!
quarta-feira, 13 de maio de 2015
O rouxinol e a rosa - Oscar Wilde
Ainda com os contos de Oscar Wilde...
"O rouxinol e a rosa" é um conto curto, 7 laudas apenas, com características de fábula. Trata-se da história de um rouxinol que decide sacrificar sua vida para dar a oportunidade a um jovem de conquistar a amada.
Nesse conto, Wilde mostra o quão volúvel pode ser o amor juvenil. Em determinado momento o jovem está prostrado e chorando compulsivamente diante da ideia de não dançar com sua amada no baile e no dia seguinte desiste facilmente da garota.
A garota, por sua vez, demonstra ser volúvel e impressiona-se facilmente. Ademais, ela está disposta a dar atenção a quem puder "dar mais", tal qual um leilão.
A moral que eu consigo retirar da história é que não vale a pena sacrificar-se ou até mesmo acreditar em um amor juvenil, pois é efêmero e exagerado.
E o conto termina de forma triste, pois o pobre rouxinol morreu em vão por acreditar que o amor do jovem era puro e verdadeiro. O leitor chega a sentir raiva dos jovens e fica engasgado com o grito de "NÃO FAÇA ISSO, ROUXINOL!!" preso na garganta.
E por hoje é só pessoal!
"O rouxinol e a rosa" é um conto curto, 7 laudas apenas, com características de fábula. Trata-se da história de um rouxinol que decide sacrificar sua vida para dar a oportunidade a um jovem de conquistar a amada.
Nesse conto, Wilde mostra o quão volúvel pode ser o amor juvenil. Em determinado momento o jovem está prostrado e chorando compulsivamente diante da ideia de não dançar com sua amada no baile e no dia seguinte desiste facilmente da garota.
A garota, por sua vez, demonstra ser volúvel e impressiona-se facilmente. Ademais, ela está disposta a dar atenção a quem puder "dar mais", tal qual um leilão.
A moral que eu consigo retirar da história é que não vale a pena sacrificar-se ou até mesmo acreditar em um amor juvenil, pois é efêmero e exagerado.
E o conto termina de forma triste, pois o pobre rouxinol morreu em vão por acreditar que o amor do jovem era puro e verdadeiro. O leitor chega a sentir raiva dos jovens e fica engasgado com o grito de "NÃO FAÇA ISSO, ROUXINOL!!" preso na garganta.
E por hoje é só pessoal!
segunda-feira, 11 de maio de 2015
O pescador e sua alma - Oscar Wilde
Eu li esse conto no livro "O fantasma de Canterville e outros contos" da editora Nova Fronteira (Saraiva de bolso). Paguei algo em torno de R$ 15,00 na loja física da Saraiva do Shopping Riomar, em Aracaju. Essa coletânea vem com oito contos, entre esses, O pescador e sua alma.
Todos os contos são muito bons, mas "O pescador e sua alma" é genial. Trata-se de um conto longo, de 37 laudas, muito descritivo e totalmente diferente de todos os outros presentes no livro. Tentarei resenhar esse conto da forma menos "spoilerenta" possível.
"O pescador e sua alma" conta a história de um jovem pescador que se apaixona por uma sereia, no entanto, para viver esse amor é preciso que ele perca sua alma. Após algumas tentativas, ele consegue libertar sua alma com a ajuda de uma bruxa e vai viver com sua sereia no fundo do mar. Anualmente a alma volta para tentar convencê-lo a se juntarem novamente. Na primeira tentativa, a alma tenta persuadi-lo com sabedoria, seguidamente com riqueza, sem exito. Ao terceiro ano, a alma oferece-lhe prazer, sendo dessa maneira exitosa. O pescador se une novamente a sua alma e sai em busca de prazer, mas sua busca é em vão e ele percebe o quanto sua alma é maldosa.
Depois de chegar a essa conclusão, o pescador, arrependido, quer voltar para sua sereia e para o fundo do mar, mas já não é possível. Após longos anos, sua sereia morre e ele também se entrega à morte. O padre da cidadezinha encontra os corpos e manda enterrá-los de forma clandestina em um local afastado e posteriormente, devido a um fato importante, abençoa o túmulo dos amantes, o mar e todos os seres marinhos sem alma. Como consequência dessa bênção, não mais nascem flores sobre o túmulo e nunca mais foram vistos seres marinhos na baía.
Eu meditei sobre essa história durante longas horas para tentar entender o que Oscar Wilde quis mostrar com esse conto. Cheguei à conclusão que:
- O amor, para Oscar Wilde, não precisa ser cristão;
- Sendo assim, para se entregar a esse amor é necessário perder sua alma;
- O amor é melhor que a sabedoria e a riqueza, mas pode ser tentado com prazer;
- Ser cristão (a alma) não significa, necessariamente, ser uma pessoa com coração;
- O amor pagão não pode ser abençoado, pois a partir do momento em que isso ocorre não é mais amor.
Eu acredito que essas conclusões façam sentido quando é levado em consideração a biografia do autor, o qual foi condenado por homossexualismo (que era crime na Inglaterra vitoriana) e ficou preso durante dois anos.
É um conto muito interessante e que vale a pena ser lido. Não se engane com o resumo que eu fiz, o conto contém descrições perfeitas e uma ansiedade que eu não sou capaz de passar.
Por hoje é só, pessoal!!
Todos os contos são muito bons, mas "O pescador e sua alma" é genial. Trata-se de um conto longo, de 37 laudas, muito descritivo e totalmente diferente de todos os outros presentes no livro. Tentarei resenhar esse conto da forma menos "spoilerenta" possível.
"O pescador e sua alma" conta a história de um jovem pescador que se apaixona por uma sereia, no entanto, para viver esse amor é preciso que ele perca sua alma. Após algumas tentativas, ele consegue libertar sua alma com a ajuda de uma bruxa e vai viver com sua sereia no fundo do mar. Anualmente a alma volta para tentar convencê-lo a se juntarem novamente. Na primeira tentativa, a alma tenta persuadi-lo com sabedoria, seguidamente com riqueza, sem exito. Ao terceiro ano, a alma oferece-lhe prazer, sendo dessa maneira exitosa. O pescador se une novamente a sua alma e sai em busca de prazer, mas sua busca é em vão e ele percebe o quanto sua alma é maldosa.
Depois de chegar a essa conclusão, o pescador, arrependido, quer voltar para sua sereia e para o fundo do mar, mas já não é possível. Após longos anos, sua sereia morre e ele também se entrega à morte. O padre da cidadezinha encontra os corpos e manda enterrá-los de forma clandestina em um local afastado e posteriormente, devido a um fato importante, abençoa o túmulo dos amantes, o mar e todos os seres marinhos sem alma. Como consequência dessa bênção, não mais nascem flores sobre o túmulo e nunca mais foram vistos seres marinhos na baía.
Eu meditei sobre essa história durante longas horas para tentar entender o que Oscar Wilde quis mostrar com esse conto. Cheguei à conclusão que:
- O amor, para Oscar Wilde, não precisa ser cristão;
- Sendo assim, para se entregar a esse amor é necessário perder sua alma;
- O amor é melhor que a sabedoria e a riqueza, mas pode ser tentado com prazer;
- Ser cristão (a alma) não significa, necessariamente, ser uma pessoa com coração;
- O amor pagão não pode ser abençoado, pois a partir do momento em que isso ocorre não é mais amor.
Eu acredito que essas conclusões façam sentido quando é levado em consideração a biografia do autor, o qual foi condenado por homossexualismo (que era crime na Inglaterra vitoriana) e ficou preso durante dois anos.
É um conto muito interessante e que vale a pena ser lido. Não se engane com o resumo que eu fiz, o conto contém descrições perfeitas e uma ansiedade que eu não sou capaz de passar.
Por hoje é só, pessoal!!
Apresentação
Acabo de criar o clube do livro com o simples intento de postar resenhas, comentários, ou qualquer outra forma de expressar opinião. Os "objetos de estudo" deste humilde espaço serão livros, matérias de jornais, filmes...
Sintam-se à vontade. A casa é nossa.
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