segunda-feira, 11 de maio de 2015

O pescador e sua alma - Oscar Wilde

      Eu li esse conto no livro "O fantasma de Canterville e outros contos" da editora Nova Fronteira (Saraiva de bolso). Paguei algo em torno de R$ 15,00 na loja física da Saraiva do Shopping Riomar, em Aracaju. Essa coletânea vem com oito contos, entre esses, O pescador e sua alma.
       Todos os contos são muito bons, mas "O pescador e sua alma" é genial. Trata-se de um conto longo, de 37 laudas, muito descritivo e totalmente diferente de todos os outros presentes no livro. Tentarei resenhar esse conto da forma menos "spoilerenta" possível.
       "O pescador e sua alma" conta a história de um jovem pescador que se apaixona por uma sereia, no entanto, para viver esse amor é preciso que ele perca sua alma. Após algumas tentativas, ele consegue libertar sua alma com a ajuda de uma bruxa e vai viver com sua sereia no fundo do mar. Anualmente a alma volta para tentar convencê-lo a se juntarem novamente. Na primeira tentativa, a alma tenta persuadi-lo com sabedoria, seguidamente com riqueza, sem exito. Ao terceiro ano, a alma oferece-lhe prazer, sendo dessa maneira exitosa. O pescador se une novamente a sua alma e sai em busca de prazer, mas sua busca é em vão e ele percebe o quanto sua alma é maldosa.
         Depois de chegar a essa conclusão, o pescador, arrependido, quer voltar para sua sereia e para o fundo do mar, mas já não é possível. Após longos anos, sua sereia morre e ele também se entrega à morte. O padre da cidadezinha encontra os corpos e manda enterrá-los de forma clandestina em um local afastado e posteriormente, devido a um fato importante, abençoa o túmulo dos amantes, o mar e todos os seres marinhos sem alma. Como consequência dessa bênção, não mais nascem flores sobre o túmulo e nunca mais foram vistos seres marinhos na baía.
          Eu meditei sobre essa história durante longas horas para tentar entender o que Oscar Wilde quis mostrar com esse conto. Cheguei à conclusão que:
          - O amor, para Oscar Wilde, não precisa ser cristão;
          - Sendo assim, para se entregar a esse amor é necessário perder sua alma;
          - O amor é melhor que a sabedoria e a riqueza, mas pode ser tentado com prazer;
          - Ser cristão (a alma) não significa, necessariamente, ser uma pessoa com coração;
          - O amor pagão não pode ser abençoado, pois a partir do momento em que isso ocorre não é mais amor.
          Eu acredito que essas conclusões façam sentido quando é levado em consideração a biografia do autor, o qual foi condenado por homossexualismo (que era crime na Inglaterra vitoriana) e ficou preso durante dois anos.
          É um conto muito interessante e que vale a pena ser lido. Não se engane com o resumo que eu fiz, o conto contém descrições perfeitas e uma ansiedade que eu não sou capaz de passar.

Por hoje é só, pessoal!!

3 comentários:

  1. Li esse livro hoje, me supreendeu... achei que fosse ser um livro qualquer e acabei suando pelo olhos!

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    1. Realmente é um livro emocionante! Incrível como Oscar Wilde nos surpreende...

      Obrigada pelo comentário!

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  2. Pôô! Eu deletei onome do conto, oautor e o livro de uma edição de bolso que comprei e era meu livropredileto da época (1990). Fui pesquisando e aqui encontrei a obra perdida - mui importante para mim! Gracias!!

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