Para finalizar a semana sobre Oscar Wilde, eis que trago a obra-prima do autor: "O retrato de Dorian Gray".
Na minha opinião, o livro é uma obra de arte. Está entre os livros mais incríveis que já li, daqueles que, mesmo quando terminam, o leitor não consegue libertar sua mente totalmente, leva-se um tempo para digerir a história e conseguir se desvencilhar completamente do enredo.
A versão que eu tenho é da coleção Clássicos da editora Abril. A capa é dura e em tecido e as páginas são incrivelmente amareladas e finas. A espessura fina das páginas torna o livro bem leve e fácil de carregar na bolsa. E acreditem, paguei uma pechincha por ele! Cerca de R$15,00 na Banca Jardins (que fica no shopping Jardins) aqui em Aracaju.
Já no prefácio, Oscar Wilde mostra a sua vontade de criticar o século XIX e a forma como a arte era concebida, Essa parte do livro é permeada de frases incríveis e reflexivas, tais como:
* "Nenhum artista deseja provar coisa alguma. Até mesmo as coisas verdadeiras podem ser provadas"
* "A vida moral do homem faz parte do tema do artista, mas a moralidade da arte consiste no uso perfeito de um meio imperfeito"
e finaliza com a incrível: "TODA ARTE É DEMASIADO INÚTIL."
Deixando o prefácio, a história de Dorian Gray é densa e permeada de críticas à sociedade vitoriana, principalmente ao que concerne à hipocrisia moral tão vigente na época. O que Oscar Wilde mostra é que o Dorian Gray faz é o que qualquer um faria se pudesse. Surge então o questionamento: de que forma você levaria sua vida sabendo que nunca iria envelhecer e que nunca ninguém questionaria sua conduta moral?
Dorian Gray estava "aproveitando" a vida. Entretanto, não possuía respeito algum pelo próximo. O sadismo, sarcasmo, egoísmo e egocentrismo são extremamente tangíveis em sua personalidade.
Mas Dorian Gray não foi sempre assim. Ele era um garoto lindo e inocente do interior, e ao perceber o poder de sua beleza e se deixar influenciar pelo lorde Henry acaba se corrompendo e se torna capaz de atitudes frívolas, inconstantes e desrespeitosas.
A questão da influência de lorde Henry é interessante porque enquanto Henry exercia influência negativa sobre Dorian, Basil tentava exercer influência positiva, porém a influência negativa sempre foi mais forte.
Basil é claramente o melhor personagem do livro. E ele é claramente homossexual e apaixonado pelo personagem principal - o que é mais uma crítica à sociedade vitoriana.
Depois de muitas más ações, muitos pecados e muitas "manchas" em sua alma, acontece com Dorian Gray a única coisa que poderia acontecer (eu não vou contar. Você vai ter que ler o livro XP).
E por hoje é só, pessoal!
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