terça-feira, 29 de outubro de 2019

Boa noite, pessoal.

Seria mais fácil fazer como todo mundo faz e dar qualquer desculpa sem graça e sem sair do sofá.
Mas eu invento sempre de fazer de outro jeito. Meu caminho é aquele difícil mesmo... 
Vamos direto ao ponto: Eu me lasquei.
Fui ao fundo do poço, cumprimentei a Samara ( "O Chamado") e voltei para contar a história.

Daí eu saí buscando em todos os rascunhos alguma resenha que eu pudesse colocar aqui. Mas não dá. Simplesmente porque aqui eu ponho tudo que eu gosto. Aqui não vai auto-ajuda, cordel, modinha ou qualquer outa coisa.
Resultado de imagem para misto quente bukowskiAqui, GOSTAR é verbo intransitivo. Eu gosto e pronto. Foda-se o por quê.

E nesse entremeio desorientado, verdade seja dita: A gente é o que é. Somos o que somos. E a única coisa da qual não podemos fugir é justamente a verdade mais profunda: Não podemos fugir de nós mesmos. E sabe o que me veio à mente? BUKOWSKI.

Gente, sabe como eu definiria Bukowski? Bukowski é a pior merda que você pode viver na vida. Bukowski é a fome travestida de alcoolismo. Bukowski é quando você se sente perdido, sem emprego... quando você se sente um nada nessa porcaria de vida e vai ao bar beber.

Bukowski é a vida mandando você se FODER.

Gente, leiam Bukowski.

Depois de Bukowski eu nunca mais me senti sozinha.

E por hoje é só pessoal.

quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

Do Subsolo

    Acabei de terminar "Notas do Subsolo" de Dostoiévski, e confesso que mesmo antes do ponto final, já me deparava com a necessidade de escrever sobre ele.

   Como a maioria dos livros de Dostoiévski, esse também demora a "engatar", mas aos leitores persistentes, reserva momentos únicos de deleite literário. É um exemplar existencialista, psicológico, profundo, sombrio... é um mergulho na alma humana.

   Definitivamente não se trata de um livro entretenimento, mas de livro reflexão. Daqueles capazes de incutir profundos questionamentos sobre a existência humana e suas formas de se relacionar com o ambiente e com os outros seres humanos.

   Aos amantes do existencialismo e da psicologia é certeza de deleite. Aos demais, pouco provável que passem da fase de "engate".

"E de fato agora eu mesmo estou colocando uma questão ociosa: é melhor uma felicidade barata ou um sofrimento elevado? Então, o que é melhor?"


E por hoje é só, pessoal!!

sábado, 12 de novembro de 2016

Viagem ao Centro da Terra - Julio Verne

 Viagem ao centro da Terra, é um clássico do gênero ficção científica. Originalmente publicado em francês, na segunda metade do século XIX (1864), por Julio Verne - considerado o primeiro grande escritor do gênero.

 Trata-se basicamente de uma história narrada em primeira pessoa, pelo personagem Axel, sobre uma aventura em direção ao centro da terra.

 Tudo começa com um pergaminho escrito em código, que após decifrado dá coordenadas para a jornada ao centro da terra. Soma-se a isso o fato de o centro da terra não se apresentar como um maciço bloco de metal efervescente, como aprendemos na escola, mas como um mundo paralelo, parado no tempo, com serem extraordinários, plantas magníficas, fenômenos físicos e químicos mal explicados... É um excelente entretenimento, capaz de conduzir o leitor a terras nunca antes exploradas.

 A leitura é fácil, superficial. Não é necessário super concentração, nem aquela busca pelo sentido nas entrelinhas. Viagem ao Centro da Terra é aquele livro amigo, parceiro nas filas do banco, nas rodoviárias e aeroportos. É livro feito para divertir, para descansar a mente, sem maiores objetivos.

Valorizo muito esse tipo de livro, principalmente naqueles momentos em que tudo o que queremos é simplicidade, sem sentidos ocultos, sem forçar a interpretação... apenas divertimento.




Por hoje é só, pessoal!

segunda-feira, 11 de abril de 2016

A Paixão segundo G.H. - Clarice Lispector



Eu terminei as últimas linhas desse livro há poucos instantes.

 Ao me deparar com o ponto final, uma frase me escapou dos lábios - e foi um palavrão.

 Clarice sempre me inquietou. Mas acredito que nunca consegui compreendê-la inteiramente. Na verdade, acho que a maioria das pessoas que admiram Clarice não a compreendem verdadeiramente. 

 Talvez por isso me identifique tanto com ela.

 Clarice Lispector é uma escritora ucraniana e naturalizada brasileira. Escreveu inúmeros romances, contos, ensaios... além de traduções de grandes livros para o português. Clarice é um dos grandes nomes da literatura brasileira.

 A forma como Clarice escreve é incrível. Ela consegue transmitir ao papel a mesma maneira bagunçadamente organizada com que o nosso cérebro vai gerando ideias e conceitos. Em certos trechos nos falta o ar.

 A Paixão segundo G.H. trata de uma epifania. É uma jornada de autodescobrimento que uma mulher bem sucedida faz após provar a massa branca do interior de uma barata. Isso mesmo. É exatamente isso que você leu.

 O livro inteiro é uma epifania. Indagações sobre o que é ser humano, sobre a linguagem, sobre o amor, sobre a esperança... tudo isso a partir da degustação do interior de uma barata. Clarice é incrível e é por isso que não consigo falar dela sem sentir a necessidade de usar palavrões como adjetivos.

 Clarice não é simples. Ela é complexa, intensa, devastadora. Ela não é sequer morna. Ela é um soco no estômago... ela vem trazer a realidade. Mas não a realidade visível, palpável. A realidade escondida, velada... aquilo sobre o que nos recusamos (ou nem nos preocupamos) a pensar. 

 Vale muito a pena ler "A paixão segundo GH". Mas adianto que não é um livro para iniciantes. É um livro para aqueles que querem pensar, se incomodar, refletir... filosofar.

 "Mais forte que esperança, mais forte que amor?
   Eu me aproximava do que acho que era - confiança."

E por hoje é só, pessoal.

segunda-feira, 28 de março de 2016

Sobre Austen


A postagem de hoje é especial.

É certo que o mundo da literatura se abriu para mim com a série Harry Potter, quando eu tinha a mesma idade que Harry no primeiro livro (11 anos), mas eu realmente me apaixonei por esse mundo através de Austen.

Eu sei que muitos colocam Sheakespere, Charlotte Brönte, Tom Hardy... e tantos outros acima de Jane Austen, mas para mim, nenhum autor escreveu livros tão apaixonantes quanto ela. A forma como ela transforma o cotidiano em algo emocionante, como ela descreve as relações pessoais na Inglaterra do século XVIII e como ela transforma mulheres comuns em heroínas virtuosas tornam seus livros encantadores. Tudo isso de uma forma simples. Livros simplesmente encantadores.

Apesar de uma curta carreira literária, devido a sua morte precoce aos 41 anos, Austen escreveu grandes clássicos da literatura inglesa, dentre os quais, "Orgulho e Preconceito" (livro pelo qual tenho grande apreço e já li e reli ao menos cinco vezes), "A Abadia de Northanger", "Persuasão", "Mansfield Park" e "Razão e Sensibilidade". 

Confesso que dentre os citados eu já li todos mais de uma vez, exceto "Razão e Sensibilidade". Acredito que de todos é o menos profundo, com o perdão da palavra, pois chamar qualquer livro de Austen de raso é um imenso crime literário. 

Considero "Orgulho e Preconceito" o meu livro preferido. É mágico a forma como somos transportados para o interior da Inglaterra do século XVIII e nos vemos em meio aos bailes, aos jantares... como conseguimos nos encantar por uma jovem de vinte e poucos anos com ideais bem firmados e com opiniões tão próprias. Acredito que a maior mensagem desse livro é que qualquer um pode ser um herói da própria vida, basta ter forças para não se corromper, ser honesto e fiel ao que acredita.

Sobre  "A Abadia de Northanger", eu tenho um carinho enorme. É um livro de leitura leve, um tanto cômica e cheio de ironias. Amo isso. Nesse livro Austen deposita todos seus sentimentos com relação ao sucesso dos romances góticos na época e a forma com que eles influenciavam a forma de pensar e agir das mulheres. A referência a Lady Radcliff é constante.

A respeito de "Persuasão", considero o romance mais maduro. Nele, a heroína não é mais uma jovem, mas uma mulher mais velha, que renunciou ao amor por convenções sociais e de repente se vê à frente de seu grande amor após muitos anos. O que você faria? 

Quanto a "Mansfield Park", acho que é o livro que mais toca nas diferenças sociais relacionadas ao poder econômico. Também trata de como o amor nasce aos poucos, através de pequenos gestos, a partir da convivência e da amizade, e quando menos se espera, inunda e aquece completamente o coração.

Todos os livros de Austen são profundos e levam a uma reflexão. Tratam principalmente de relações sociais e de como elas são construídas, tratam de convenções e de como é importante respeitá-las. Apesar da mensagem reflexiva, são livros leves, que entretêm, cuja narrativa é fluida e conseguem manter o leitor preso até o final.

Vale muito a pena ler Austen.

E por hoje é só, pessoal!


domingo, 22 de novembro de 2015

Jogos Vorazes - Os filmes

Ontem eu fui ao cinema assistir o último filme da série Jogos Vorazes. Aqui no blog há uma postagem exclusiva para a trilogia de livros aqui. Particularmente sou apaixonada pela série de livros, mas confesso que a conheci inicialmente pelos filmes.

A série cinematográfica é distribuída pela Lionsgate e consiste em quatro filmes. O primeiro foi dirigido por Gary Ross e todos os outros por Francis Lawrence. Como tudo que é adaptado de livro e é bom, a autora - Suzanne Collins - colaborou com os roteiros dos filmes.

Deixo aqui todo o meu apreço por essa série de filmes que conseguiu retratar todo o desespero, a emoção, a tristeza e a confusão contidos nos livros. A adaptação é muito fiel e com certeza vai agradar aos fãs, inclusive aos mais radicais.

Seria excelente que toda adaptação cinematográfica de obras literárias fosse assim: respeitosa. Talvez aqueles que não leram os livros achem a narrativa um pouco corrida e fiquem um pouco confusos, porque alguns detalhes ficam subentendidos. Mas acredito que uma adaptação de obra literária existe essencialmente para agradar aos fãs.

É óbvio que os livros são muito superiores por oferecerem uma riqueza maior de detalhes e um conhecimento mais profundo dos personagens, mas a versão cinematográfica não faz feio em momento algum. Só farei uma consideração sobre a cena final: embora seja fiel ao epílogo do livro, achei que ficou um tanto "brega", mas de forma alguma estraga o contexto da obra.

Enfim, para os fãs do livro: vale muito a pena ver o filme. Para aqueles que não leram: talvez sintam falta de mais informações, mas como eu disse, uma adaptação cinematográfica de obra literária existe essencialmente para agradar aos fãs da obra (que não são poucos).

E por hoje é só, pessoal!

segunda-feira, 29 de junho de 2015

O morro dos Ventos Uivantes - Emily Brontë

 O livro de hoje é um clássico da literatura inglesa.

 Único livro escrito por Emily Brontë, lançado em 1847, O Morro dos ventos uivantes, em português (Wuthering Heights, no original), é um livro denso, envolto em mistérios e um exemplar incrível do Romantismo inglês do século XIX.

Na minha opinião, esse livro é sensacional. A leitura flui de maneira uniforme, as descrições são detalhadas, mas não enfadonhas, e a forma como Brontë faz com que o leitor mergulhe na loucura dos personagens é genial.

Trata-se da história da degradação de uma família narrada pela governanta Nelly. Tudo começa quando o patriarca Earnshaw traz um órfão, Heathcliff, com características ciganas para dentro da sua casa. A partir desse fato, a trama gira em torno do romance entre Heathcliff e Catherine Earnshaw e do propósito de vingança que Heathcliff tem para Hindley Earnshaw e Edgar Linton (respectivos irmão e marido de Catherine).

Um ponto que eu acho muito interessante nesse livro é que nenhum personagem presta. Ou são loucos, ou são viciados ou são inertes (como é o caso de Edgar Linton). Dessa forma, a história transcorre de maneira que o leitor não consegue prever o que vai acontecer e também não consegue torcer por nenhum personagem em especial.

Há muitas interpretações para "O Morro dos Ventos Uivantes", interpretações freudianas, inclusive, mas acredito que é difícil decifrar o que Emily Brontë quis transmitir com a sua obra já que ela não escreveu outros livros que pudessem ser comparados e analisados.

É um livro que vale a pena ser lido, porque é esteticamente lindo, extremamente original (inclusive para os padrões de hoje), e a narrativa é incrível. Como eu costumo dizer, nenhum clássico é clássico à toa.

Antes de terminar, eu gostaria de expressar a minha revolta quanto a uma capa de "O Morro dos Ventos Uivantes" que vi certa vez:


Em destaque vermelho é possível ler: "O livro preferido de Bella e Edward na série crepúsculo". Sério?? Sério que é necessário reduzir um clássico da literatura inglesa a apenas "o livro preferido de Bella e Edward"? O Morro dos Ventos Uivantes já tinha vida própria antes mesmo de Sthephanie Meyer nascer... sinceramente... 

O Morro dos Ventos Uivantes é literatura de qualidade, eu já não posso dizer o mesmo dessa série mencionada anteriormente... então, por favor, não misturem as coisas!


E por hoje é só, pessoal!